27/05/2025

LITERATURA BRASILEIRA - UM OLHAR PARA JOSÉ LINS DO REGO EM "MENINO DE ENGENHO".

BIBLIOTECA CIDADÃ
"José Lins do Rego nasceu na Paraíba em 1901. O mundo do Nordeste lhe serviu de primeira inspiração para escrever sua obra,  Menino de Engelho em 1932. Seus livros foram adaptados para o cinema e traduzidos na Alemanha, França, Inglaterra, Espanha, Estados Unidos, Itália, entre outros países. Em meados dos anos 1950, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, mas poucos anos depois, em 1957, o Brasil perdia este notável escritor. 

O romance  Menino de Engenho tem fortes traços memorialistas sobre a infância e adolescência de José Lins do Rego. Aos quatro anos de idade fica órfão de mãe e separado do pai que fora internado num hospício, então é levado por um tio ao engenho do avô. O Engenho Santa Rosa, situado na zona canavieira à margem do rio Paraíba, é uma espécie de mundo novo. Lá, a vida, as amizades da infância, o contato direto com a natureza, a convivência com personagens que moram e trabalham na casa-grande e na antiga senzala, tudo isso é evocado por um narrador que conheceu profundamente um pedaço de um Brasil arcaico, cuja herança escravocrata ainda é latente. 

A passagem do tempo é marcada pelas cheias e vazantes do rio Paraíba, num movimento cíclico de bonança e penúria que repercute no dia a dia do engenho. Passagem também da infância à adolescência, em que são decisivas as figuras tutelares do avô José Paulinho, da tia Maria, de Totonha, da velha Sinhazinha e de tantos outros personagens que formam um microcosmo de mundo rural. Um mundo ao mesmo tempo violento e telúrico, em que liberdade e perdição são inseparáveis. 

Menino de Engenho termina onde começa Doidinho, o segundo romance de José Lins do Rego. Ambos fazem parte do ciclo de memórias do autor, preparando e antecipando o ambiente e as questões que serão aprofundados na obra Fogo Morto de 1943, uma obra-prima da literatura Brasileira. 

"O engenho estava moendo. Do meu quarto ouvia o barulho da moenda quebrando cana, a gritaria dos cambiteiros, a cantiga dos carros que vinham dos partidos. A fumaça cheirosa do mel entrava-me de janela a dentro. O engenho todo na alegria rural da moagem."."
Texto extraído do prefácio da obra Menino de Engenho

Um comentário:

  1. Não deixe de lado, leia, de uma oportunidade a você, uma ótima oportunidade a seu intelectual.

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